Sabia que ninguém liga para você? ☹️

Sexta-feira, 9 horas da noite, e eu no jantar de um evento em Brasília. Ao meu lado, médicos, advogados, um juiz e também uma estrategista de marketing. Vinho vai, vinho vem, e inevitavelmente surge o assunto da exposição profissional na internet.

Já estou acostumado a lidar com alguns tipos de profissionais resistentes a publicar conteúdos — afinal, ninguém que estudou por tantos anos quer ser chamado de blogueirinho. Porém, ao mesmo tempo, quem não aparece sofre para crescer.

É um dilema que vai além do crescimento financeiro: ele também envolve saúde mental, tempo livre e privacidade. Mas quando o assunto vem à tona, a principal objeção é o medo de as pessoas julgarem. Vamos partir de um ponto importante sobre presença digital:

Ninguém se importa com você. E isso é ótimo!

Ninguém (normal) acorda pensando em qual vai ser seu story sobre assunto X ou Y. E se você cometer uma cagadinha nas redes, nenhuma pessoa (com a saúde mental em dia) vai lembrar disso nas semanas seguintes. Perceba que eu comentei “cagadinha”, tipo erro de português, uma eventual lógica errada.

Você e eu somos irrelevantes até certo ponto, e isso nos dá a liberdade de testar e criar coisas novas. Já o Papa ou a Sabrina Sato não podem se dar esse luxo.

Por outro lado, ainda que sejamos irrelevantes ou insignificantes, nós que somos bons profissionais temos quase uma obrigação moral — se realmente nos importamos tanto com nossas funções e como elas impactam o mundo: impedir que charlatões tenham voz.

Uma pessoa que admiro muito costuma dizer que o silêncio não comete erros; eu discordo disso. O silêncio abre espaço para charlatões e pilantras!

A maior arma contra um charlatão do seu mercado é o conhecimento verdadeiro!

E se o seu conhecimento, em vez de exposto, fica preso por uma barreira de medo da exposição, você está abrindo mão da chance de calar aquilo que o incomoda.

Maior exemplo vivo disso hoje no Brasil, em minha opinião: a genial Mari Kruger.

Agora vem a ironia em relação ao fato de não sermos importantes.

Ao mesmo tempo que não somos nenhum Mahatma Gandhi, quem detém conhecimentos valiosos sempre pode melhorar uma parte do mundo ao ensinar isso a outras pessoas!

Exceto se você for idiota, ninguém vai ficar com a vida pior porque você expôs algum conhecimento útil ao mundo — muito pelo contrário. É por isso que insisto tanto que você deveria aparecer mais!

Não precisa fazer live todo dia, postar toda hora, viver em busca do sonho de ser influencer... Apesar da pequena irrelevância diante das outras 8 bilhões de pessoas, colocar sua verdade nessa grande vitrine digital significa ganhar mais espaço, mais reconhecimento e, se tudo der certo, mais dinheiro.

Se não der mais dinheiro, dá mais aprendizado. Afinal, a Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser mostra que a maneira mais eficaz de dominar um conhecimento é passá-lo adiante, logo após a prática desse conhecimento.

Doideira, né?

Se charlatões o incomodam ou se a falta de reconhecimento o incomoda, ficar em silêncio sempre será um erro. Vale ficar com 3 questões em mente:

1. A irrelevância é libertadora, mas a omissão é perigosa: seu medo de ser julgado online não se materializa — ninguém lembra dos seus deslizes, mas todos notam sua ausência quando charlatões dominam o debate.

2. Conhecimento enterrado é armazém vazio: se você domina um tema, publicar sobre ele não é vaidade — é sabotagem contra a desinformação. Cada post seu anula dez de um picareta.

3.  O silêncio é aluguel gratuito para mediocridade: enquanto você hesita, seus concorrentes duvidosos ocupam o espaço. A internet recompensa quem mostra expertise, não quem a esconde.
   

Até a próxima semana!