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Tem que sair do armário
Imagina que vida horrível?
O ato de coragem
Dia desses aproveitei a hora do almoço andando meio sem rumo ou pressa, acabei entrando num sebo qualquer e, quando percebi, estava carregando alguns exemplares sobre fotografia, arte e tutoriais de maquiagem drag.
Tá, esse último não rolou. Ainda assim, cheguei em casa com novos livros que agora pegariam poeira em prateleiras diferentes! No fim da tarde folheei um deles sem o menor compromisso e também não imaginando que de alguma forma aquele livro me deixaria inquieto. Primeiro porque é meio doido comprar livro de foto sendo que foto é o que mais tem na internet. Mas em livros elas ficam diferentes.
Segundo, porque veio um estalo!
Quase que no automático, acordei no dia seguinte pronto para pedalar um pouco pela cidade, mais preocupado em observar do que ser rápido. Com paciência, olhando os lugares de sempre por um outro ângulo, sem câmera, apenas com o celular.
E usar o celular no centro de São Paulo é um ato de coragem imensurável, ficando pouca coisa pra trás de atos como resgatar inocentes em incêndios e ser voluntário em missões extremas!
Esse tal armário
Naquele dia eu cheguei em casa realizado com a musculação de ideias que aconteceu por pouco mais de 2 horas! Tirei algumas dezenas de fotos, selecionei talvez uma pequena fração delas e notei que ainda conseguia explorar velhos caminhos sem enjoar da vista.
Quando abri aqueles livros em casa, não foi só uma folheada. Consumir material criativo novo é como utilizar uma chave para abrir um armário onde seu repertório está armazenado!
E acredite, é bom que seu repertório saia desse armário de tempos em tempos, assim como a gente precisa de tempos em tempos colocar roupas de frio pra fora de um outro armário, para que elas não mofem ou fiquem com cheiro de coisa velha.
Um novo livro sobre velhas habilidades me faz lembrar de como eu executava aquelas ações uma década atrás e traz a curiosidade sobre como elas funcionariam hoje. Se eu só abro e fecho a porta do meu armário de referências mas não crio nada, é um comportamento de quem vive no “e se”.
Enriquecendo o repertório e colhendo lembranças
Uma semana antes, passei pela exposição “Letras & Filetes: Memória Afetiva e Latinidades” no Sesc Ipiranga. Ali também tive a chance de usar novas chaves para abrir as portas do repertório de ideias. Ao observar um filete específico, lembrei de quando meu pai me levou para acompanhar a construção de uma carroceria para o caminhão dele.
A gente nunca sabe o que vai acontecer quando sai buscando um refresco para os olhos ou um jeito de consumir criações alheias!

Cheguei no Sesc pensando em cartazes e passei pela porta com ótimas memórias do meu véio, graças a um trabalho trivial de alguém. Esse abre e fecha das portas do repertório vai gerando oportunidades para que você explore mais suas próprias habilidades de tempos em tempos.
É nessa hora de brincar com as habilidades e referências que encontramos novas maneiras de fazer o trabalho de sempre!
Mas só se tirarmos o repertório do armário e colocamos na rua.
Leia, escute, assista. Só não deixe de fazer.
A really great talent finds its happiness in execution.