Prefere linguiça grossa ou encolhida?

Espessura é coisa séria?

Se você nunca lidou com esse problema, é porque ainda vai lidar. E saiba que linguiça encolhida não tem lá muito a ver com o frio.

Dizem. Inclusive há quem goste.

Já a linguiça mais grossa, apesar de ser visualmente agradável, tem constantes feedbacks relacionados ao difícil manuseio, ao mesmo tempo que quando vai parar na boca, a explosão de líquidos estranhos causa reações diversas

A turma gosta da água na boca no sentido figurado, mas foge um pouco do literal.

Não dá para agradar a todos.

Na hora de pegar aquela linguiça molenga, feia, e transformar em um instrumento de saciar desejos, as escolhas são simples: se você cortar ou furar antes de jogar na frigideira, os líquidos saem e a linguiça encolhe. 

Ao colocar a linguiça inteira, o calor expande seu interior e ela engrossa, a ponto de quase explodir.

Se o título do e-mail de hoje fosse "cuidados ao fritar linguiça", talvez você nem abrisse! Mas seja pela curiosidade, seja por viver com a cabeça na quinta-série, aqui estamos, não é mesmo? 

Criar, seja algo escrito, visual ou narrado, é um exercício de retorcer o óbvio ao extremo, sem tirar os dois pés da realidade, mas dando uma leve pisada no absurdo!

A gente precisa de ideias absurdas para situações comuns porque eventualmente a criação racional começa a derivar de uma loucura.

Por isso é importante deletar menos e arriscar mais! 

Recentemente passei pela experiência memorável de mediar um painel entre os quatro pensadores mais relevantes do Brasil: Cortella, Clóvis de Barros, Karnal e Pondé (meu cérebro ainda está derretido).

Em certo momento, Cortella comparou o Chat GPT a um tipo de experiência sexual na qual você dá ordens e não recebe bem o que imaginava.

Clóvis ao contar a história da relação sexual que deu origem ao minotauro, em vez de falar "ela ficou de quatro", usou "ela então assumiu posição de motovelocidade". 

Leandro Karnal foi capaz de conectar a "mania que nós de terceira idade temos em mandar fotos de flores" com a questão de não estarmos vivendo com a I.A uma revolução assim como a Industrial.

Em um primeiro momento, nada disso faz muito sentido.

No entanto, com um pouco de aprofundamento, todas as metáforas foram se conectando com o tema e cumprindo seu principal papel: traduzir um pensamento

Desenvolver metáforas e analogias talvez não apenas te ajuda a criar melhor, mas também ajuda a captar mais atenção e ainda traduzir conceitos complexos. 

É cada vez mais caro e difícil conquistar o tempo de um público e não dá para não apostar no absurdo uma vez ou outra

Blabla Car e Uber te fazem entrar no carro de um estranho. Airbnb? Dormir na casa de estranhos. Ideias que são absurdas (apesar de você ou alguém próximo aí estar sempre dormindo na casa de estranhos), que decolaram.

“Se sujar faz bem”. Todas as propagandas de sabão mostravam roupas limpas, a Omo foi pioneira em subverter o papel da sujeira: “Se meu filho está sujo, significa que está aproveitando a infância.”

O moderado não seduz, é preciso um tempero.

Agora vou te contar como engrossar ou afinar a linguiça ao criar um texto, um post, um vídeo… Não importa! 

Brinque um pouco em cada questão?

  • Qual a ideia mais absurda que eu posso ter sobre X?

  • Quais as correlações mais absurdas que posso puxar entre dois universos?

  • Como eu faço a transição entre absurdo e fato?

Eu duvido que não vai sair algo interessante!