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O que vi em Harvard
Bilionários, políticos, artistas e eu lá besta com tudo
Sábado, 8am, pisei no Harvard Science Center e nada podia me deixar preparado para a cena que eu presenciei ao vivo e a cores: Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, comendo um burrito ao meu lado. Daqueles feitos com massa tipo Rap10.
Sempre quis chegar nesse nível de título apelativo, mas é verdade. Passei alguns dos últimos dias em um evento que acontece anualmente em Harvard e no MIT. Nele foram políticos, bilionários, artistas, ativistas e… eu!
A Brazil Conference é organizada por jovens brasileiros que estudam e estudaram em Harvard, boa parte deles por bolsa, inclusive. Em determinado momento, estava eu numa sala vendo o ministro Gilmar Mendes em um painel e, a 2 metros de mim, Tabata Amaral com seu namorado João Campos. A uns 10 metros, o ex-presidente Michel Temer ao lado do bilionário André Esteves.
Na ponta direita, novamente o Jorge Paulo Lemann, mas sem seu burrito breakfast. Pulei para outra sala, peguei um painel entre Daiane dos Santos e Flávia Saraiva.

Oh o vampirão!
Fui pegar um café, estava ali o cineasta José Padilha jogando conversa fora.
É tipo aquela música do Gabriel o Pensador com a festa da música tupiniquim.
Eu tenho plena consciência do fato de hoje minha vida ser maravilhosa e privilegiada, o que não era sequer uma realidade próxima quando eu tinha meus 21, 22 anos e trabalhava em agência de publicidade.
Aos 23 eu passei não sei quanto tempo dormindo em colchão inflável quando mudei pra BH sem nada… E ali estava eu, vendo um tanto de estudantes de 21, 22 anos lidando com os nomes mais poderosos do país. WTF?
Essa turma de prodígios vai sair de Harvard com o futuro certo pela frente. Empresas renomadas nos EUA e em outros países são doidas por um nome “Harvard” na equipe, e pagam bem por isso. Eles vão ganhar bem, alguns terão cargos políticos de alta liderança, talvez alguns até se tornem bilionários.
Vendo de fora um ambiente recheado de outliers, observando calado e escutando muito, não demorou para ver o que une tanto os jovens prodígios quanto todos os nomes que estavam ali falando sobre desafios futuros do Brasil:
Todo mundo ali sabe expressar e defender uma ideia.
Reparei isso já de cara com Daiane dos Santos e Flavinha Saraiva, inclusive tive a chance de falar com ambas sobre isso depois.
![]() Uma lenda | ![]() Outra lenda |
Em menos de 5 minutos as duas lendas do esporte mostraram como projetos sociais transformam pessoas improváveis em casos exemplares. A cada painel que eu via, em cada sala que eu entrava, rodas de conversa espalhadas pelo evento… Em todos os ambientes, o que mais vi, foi a comunicação clara.
“Mas é claro que essas pessoas se comunicam bem, elas são figuras públicas”.
Calma lá jovem gafanhoto, mesmo as figuras anônimas o fazem bem! Fora que eu já vi dezenas de palestrantes e painelistas que não sabem ter clareza.
Avançamos alguns dias no tempo, sento para tomar um café da manhã com a Dra Luana Marques aqui em Nova York (a ediçao de hoje tá chique demais né). Ela é professora de psicologia em Harvard, pesquisadora com PHD e me explicou diversas teses da psicologia e comportamento como se fossem a coisa mais fácil do mundo.
E para a minha surpresa, eu entendi!
Mais uma vez ficou subentendido que o que as pessoas mais fazem em Harvard, depois de estudar muito, é aprender a comunicar isso com simplicidade.
No painel de duas clientes queridíssimas, lembro de elas comentarem que o brasileiro tem dificuldade em vender o próprio peixe.
A cada dia que passa eu vejo mais sinais de como a habilidade de se expressar bem pode separar qualquer profissional do restante.
Ninguém precisa vir até um evento nos Estados Unidos para reparar isso, mas quando percebo que uma coisa tão simples quanto a oratória foi tanto o que mudou minha vida quanto o que pode mudar a de qualquer pessoa, me dá uma sensação mista de esperança e tristeza.
Se é tão simples, como não tem mais gente melhorando nisso?