Medo da I.A? É hora de resolver isso

Primeiro, tira da cabeça que isso vai substituir sua criatividade. Ferramentas de I.A são tipo aquele assistente super eficiente que faz o trabalho pesado para que você brilhe ainda mais.

Para entrar nesse assunto, gosto de lembrar que sempre tive preguiça das aulas de geografia naquela fase mais básica do ensino, mas lembro de algo que me chamava a atenção: a tal da revolução industrial. Muito mais pelo nome que pelo contexto exato. 

Indústrias tomaram tudo? Que revolução foi essa? 

Como diria Compadre Washington: sabe de nada, inocente…

Hoje quando olho para o que você, eu e até nossos pais podem fazer com ferramentas simples de A.I, sinto como se tivéssemos uma revolução industrial de bolso. 

Particularmente, eu não entro no drama de “isso pode roubar meu trabalho”. Eu quero mais é que roube mesmo boa parte dele. Eu quero que a A.I faça tudo o que acho chato, para que eu foque no que realmente sei fazer bem ou gosto de fazer.

Em um teste recente, automatizei 70% da escrita de um relatório de mercado. Ganhei 3 dias para fazer outras tarefas.

Saí fazendo pesquisas outro dia. Há pouco mais de um século, você precisaria de diversas pessoas trabalhando por dias para colher 1 tonelada de trigo. Uma colheitadeira atual operada por um único ser humano sentado no ar-condicionado da cabine é capaz de colher uma tonelada a cada 3 minutos.

Hoje, UMA PESSOA comandando um treco gigante produz mais que um vilarejo inteiro na época dos nossos bisavós.

Se um agricultor do século 17 se depara com isso, diria que somos deuses.

Agora vamos pensar o mesmo em atividades muito menos sofríveis que a de um trabalhador do campo: criar e divulgar seu trabalho.

Como você pode transformar a Inteligência Artificial em uma ajudante incansável e se tornar uma pessoa muito mais criativa?

Eu trouxe 3 formas aqui e mais 2 no podcast. E já adianto que não sou nenhum gênio dos prompts!

P.S: No podcast Além das Boas Ideias eu conto como resgatar um voucher de US$ 200 em recursos de I.A:

 1. Tenha o Sherlock Holmes dos padrões

Jogue seus textos antigos em uma ferramenta de I.A e, tchan! Ela te devolve uns insights interessantes sobre seu estilo que nem você tinha percebido. Como fazer isso?

Eu, por exemplo, exporto todo meu conteúdo em planilha, organizando títulos, descrições, texto completo. O mesmo valeria para conteúdos de rede social. Então coloco o comando:

“Este documento tem todos meus textos criados com frequência semanal. Identifique meus padrões de escrita, vícios de linguagem, tamanho de cada texto, principais assuntos abordados, pontos em comum nos títulos”.

Uma vez que a ferramenta (como Chat GPT, por exemplo), processa tudo, coloco outro comando:

“Depois de entender como eu escrevo e os temas que escrevo, me dê 15 sugestões de próximos temas”. Assim como na inteligência de carne e osso, as primeiras sugestões nunca são as melhores. Logo eu começo a brincar: “Como seria cada tema se fosse escrito pelo autor X?”.

Fiz isso algumas vezes por 30 minutos e tenho agora 57 possíveis pautas de conteúdos sem sofrer.

2. Abra sua fábrica de correlações malucas

Já falei em textos e aulas sobre a importância de correlações na comunicação, mas convenhamos que isso demanda um baita esforço de repertório. Vai lá no Chat GPT ou similar e peça para a ferramenta elaborar qualquer analogia envolvendo dois temas! 

Eu faço assim: “Encontre 5 similaridades ou correlações entre a Fórmula 1 e a cozinha de um restaurante”. Vai sair algo genial? Não, mas vai surgir o pontapé do que pode ser uma boa ideia.

Pense em diversas correlações e possíveis analogias, faça as perguntas que você teria vergonha de fazer em público. O pior que pode acontecer é a Polícia Federal te visitar.

3. Pagar consultoria pelo básico? Tenha uma estrategista de bolso

Pedi para o chat elaborar em cima da seguinte questão:

“Eu sou massoterapeuta e atendo desde atletas a pessoas com limitações de mobilidade. O que eu posso fazer pelos próximos 15 dias em redes sociais para atrair mais clientes e encher minha agenda?”

A ferramenta me devolveu um plano básico que resolveria a agenda de conteúdo essencial de qualquer profissional liberal:

Deu sugestões de posts, de periodicidade e até mesmo hashtags.

Quer dar uma conferida no plano completo e ainda em mais duas formas de usar a A.I a favor do seu cérebro? Eu falo isso tudo no episódio de hoje do Além das Boas Ideias!

Você vai sair do episódio criando melhor e ainda com um ano de Perplexity.ai.

Tá esperando o quê? Só faz sentido ter medo dessas ferramentas se você não utiliza nada delas.

Como eu disse lá em cima, vamos tirar da cabeça esse negócio de “tais atividades vão morrer com isso". Faz quase 80 anos que a TV ia matar o rádio, ele ainda existe. Também há uns 20 anos a internet ia matar a TV. Adivinhe? Ainda existe.

É menos sobre como substituir por completo e mais sobre como adicionar ao que já existe.

Nos vamos na próxima semana com um conteúdo sobre formas mais oldschool de desenvolver hábitos de criação!