Igrejas queimam e a vida segue

Faz meia década que a Catedral de Notre-Dame pegou fogo (o corcunda ficou ileso, até porque a Notre-Dame dele é outra). Lembro que muita gente ficou arrasada com a notícia, mas não tão arrasada quanto a igreja.

Eu mesmo fiquei triste pra caramba.

Havia passado por Paris uns anos antes e dispensei a visita ao lugar icônico, só passei em frente. Ao mesmo tempo, pensei: igrejas queimam. Museus queimam. Prédios caem, cidades alagam…

É a história acontecendo diante de nossos olhos. 

Tudo muda o tempo todo e, de repente, algo que esteve ali funcionando sem grandes surpresas sofre um desastre. Não deveria acontecer, mas acontece.

Passei alguns dias lendo o livro “O Ato Criativo: Uma Forma de Ser”, do Rick Rubin. O livro aborda muito como precisamos estar atentos à aversão de correr riscos porque “sempre funcionou assim”. 

Comecei o tal do livro pensando “esse cara é completamente maluco” e terminei pensando “vou tatuar cada página dessa p*rra”. Uma das melhores leituras do ano.

Em 900 anos a igreja nunca havia sido destruída, quase foi. 

Nos esforços de restauração, entraram novos sistemas de segurança e combate a incêndios que não eram utilizados antes. Notre-Dame está agora tão bela quanto sempre foi e mais segura que nunca.

5 anos se passaram e a Catedral de Notre-Dame acaba de ser reaberta ao público! Não vejo a hora de mais uma vez não visitar o local.

Às vezes, o que foi queimado consegue ser salvo.

Nas últimas semanas, pude realizar algumas consultorias com clientes que enfrentaram desafios de negócios em 2024, alguns chegaram a perder parte do dinheiro de reserva, mesmo fazendo tudo como sempre fizeram. É como se as igrejas deles tivessem queimado. 

Nada do que esses clientes fizeram enquanto tudo funcionava foi errado, afinal, tudo funcionava. E é justamente quando tudo funciona que podemos arriscar em novas ações, seja de segurança, seja de crescimento.

É quando tudo está bem na carreira que existe um possível conforto financeiro para dar outros saltos como um curso ou uma nova atuação. No caso de um desses clientes, eles tinham toda a estratégia de produtos bem redondinha, só faltou investir mais agressivamente em aquisição de público para descobrir o limite das campanhas.

Quando tudo começa a dar errado, criamos ou melhoramos por obrigação. Quando tudo vai bem, deixamos de implementar novidades porque acreditamos na máxima de não mexer em time que está ganhando. 

Todo time que está ganhando pode perder em algum momento. A equipe de Fórmula 1 da Mercedes venceu 7 campeonatos e agora sequer consegue um pódio.

Incêndios podem acontecer. Talvez eles destruam tudo, talvez sejam um susto. Mas a gente não precisa esperar por eles para arriscarmos uma mudança no que funciona.

Não faz tanto tempo que percebi o poder que uma soft-skill básica pode ter sobre o desejo de testar e propor coisas novas na carreira. Em 15 anos que atuo no marketing e comunicação, ignorei isso por quase metade deles:

Oratória.

Pude dar treinamentos e consultorias de marketing em mais de 5 países por causa da oratória. É transformador.

A oratória não ajuda somente na dicção. Ajuda a manobrar e organizar ideias. Auxilia a gerar clareza entre quem explica e quem escuta.

Notei que quanto mais eu sabia falar sobre, por exemplo, um projeto novo no trabalho, com mais facilidade esse projeto era aprovado. Quanto mais eu entendia o que dizer em uma consulta médica, menores as frustrações.

O que me leva a um conteúdo que pode te ajudar…

Pedi que minha querida amiga e mentora Gi Isquierdo me desse três recomendações envolvendo: como ter mais segurança ao se posicionar em um tema, como ter uma comunicação mais clara, e qual o processo para desenvolver um novo projeto!

Ela respondeu tudo, e sabe onde? No Além das Boas Ideias:

É difícil saber quando nosso time vai deixar de ganhar ou quando nossa igreja vai queimar.

No entanto, é fácil entender que com boas ferramentas de comunicação, ganhamos mais forças para superar qualquer fase ruim.

Até semana que vem!