Como identificar ignorantes?

Ou gente com más intenções, nunca se sabe!

Não é difícil receber um belo atestado de ignorância ou, em alguns casos, falta de noção! E há ocasiões nas quais a ignorância abre muitas portas para afirmações absurdas, quase divertidas. Como é o caso de quem acredita que a Terra é plana ou que vacinas causam autismo.

Já conversou com alguma dessas pessoas? O segundo caso é um pouco mais complicado, porque é difícil conversar com gente que já morreu.

Quando falamos de internet como um todo, tem uma afirmação que atesta a ignorância do ser em relação a qualquer assunto: “O (insira aqui um alvo) está morrendo”. Quase toda vez que passei por um tweet, vídeo ou texto que falava disso, a aposta não estava nem perto de ser um fato!

Veja bem. Eu sou um mero comunicador que começou a “carreira” com marketing digital e publicidade em 2008, quando tudo isso aqui era mato e ostentação era postar foto no Outback. Desde 2008 eu escuto que formatos de texto estariam morrendo e… pois bem, você está me lendo, certo? 

80 anos atrás a TV mataria o rádio, assim como nos anos 2.000 a internet mataria a TV. Hoje a rádio segue custando caro, a TV é pautada pela internet e ainda fatura alto. Mídias antigas perderam espaço? Claro, mas não morreram! Algumas coisas não morrem, ao contrário de quem diz que elas vão morrer.

Um posicionamento alarmista nem sempre é verdadeiro, ele costuma ser uma crítica individual disfarçada através de uma afirmação que soa como verdade universal.

Outro exemplo: profissional da saúde que declara guerra a alguns alimentos e macros que sempre estiveram aí e inclusive são a base da alimentação de pessoas saudáveis, com longevidade e menos amargor que os posts dessa galera

Um dos países com maior longevidade registrada é o Japão: média de 84 anos! E sabe qual a base da alimentação deles? Arroz. França e Itália contam com longevidade na faixa dos 81 anos, dois países com um nível insano de consumo de massas. 

“Ah mas veja bem…”

A turma do veja bem sempre se pauta por exceções, não pela regra! 

Seja no prato que vai à sua mesa ou no anúncio que impacta sua timeline, a linha do exagero é mais danosa que realista.

Voltando à internet, o alarmismo da vez é com o tal do marketing digital. Nas últimas semanas fui impactado por centenas de posts dizendo que tanto as campanhas agressivas de Black Friday com acesso vitalício aos produtos, quanto as collabs, indicavam que o marketing digital respirava por aparelhos. 

Alguém por favor me diga qual droga essa turma anda usando, porque também quero viajar assim!

Primeiramente, marketing é marketing. Digital é um jeito de fazer. Segundo, quem aponta isso, claramente nem estuda profundamente a área na qual é, teoricamente especializado, nem faz ideia da realidade!

Collabs são uma tática mais velha que andar pra frente e ao contrário do que se pensa, funcionam como alavanca para quem já está forte. Olha aí a Anitta que a cada ano faz collab com alguém mais relevante.

Ofertas vitalícias? Nos EUA tem site só disso até mesmo em setores nos quais produtos vitalícios dão muito trabalho, tipo tecnologia.

Esses são meros exemplos reais de como duas práticas existem há muito tempo, funcionam e servem tanto como expansão de audiência, quanto aumento de faturamento direto. Quando você ou quem você segue começa a adotar uma postura alarmista demais em relação ao excesso de algo, talvez possa ser também apenas o algoritmo!

Não tem nada morrendo. Nem o marketing, nem a TV, nem as pessoas que comem pão francês.

O que morre, muitas vezes, é nosso desejo de consumir algo, seja pelo excesso ou escassez de exposição. Aí pode ter certeza que a gente que é do marketing vai arrumar um jeito de te fazer sentir esse desejo novamente!

Como você deve ter percebido tenho um podcast sobre comunicação e criatividade, o Além das Boas Ideias. São episódios curtos, de linguagem simples e às vezes com alguma piadinha. Ele está em outros lugares também:

Te encontro na próxima semana!